quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Política à Portuguesa


Meus amigos...
Já está. O Sócrates continua de pedra e cal ao leme do nosso barquinho, com uma tripulação de piratas.
Depois de anos de tropelias, decisões contra as pessoas, favorecendo alguém etéreo e desconhecido, depois de mentirinhas e tretas, de cursos tirados à pressão e riqueza de etiologia desconhecida, foi novamente eleito neste país de cobardes!!
O estado deste país é, de facto, merecido. É o resultado da falência de quem manda, da desresponsabilização pessoal, profissional e social. Ninguém é capaz de tomar conta de nada
Vejo isso todos os dias, nas atitudes diárias mais básicas e na alta roda política: os doentes são incapazes de comer menos para terem menos dores nos joelhos, não conseguem tomar um medicamento para as dores de cabeça sem que um Médico assuma a responsabilidade, os Directores de Serviço e de Departamento, para não chamar à atenção dos inúteis, dos calões, dos desinteressados, atrapalham o trabalho dos outros que se esforçam e querem fazer mais ao obrigá-los a dar trabalho e fazer equipa com aqueles para quem pensar e respirar é incompatível. 
Na política vejam-se as grandes obras públicas, as derrapagens associadas, as mega comissões pagas a empresas intermediárias (especialmente escritórios de advogados) que quem manda contrata por não estar para se chatear e responsabilizar por não ter gente competente para negociar/avaliar um contrato cujo objectivo é adquirir um bem ao menor custo possível  (e não tem porque neste país de invejosos é impossível contratar alguém que saiba fazer pagando-lhe bem).
Neste país de incultos e irresponsáveis a culpa nunca é nossa. De facto, o nosso PM é disso exemplo, é o mais português de nós todos, desculpando-se numa crise que gerou desemprego, mas que também originou a descida dos preços dos combustíveis, a descida dos preços das casas, a descida dos juros em geral, a manutenção dos preços dos bens essenciais. Os outros políticos não são diferentes.. O seu ego retórico e narcisista impede-os de dizer, na maioria dos casos, a verdade. Noutras situações, não a dizem porque sabem que a ignorância é um descanso (já Salazar o dizia). 

Sou tão Português como os que referi, a diferença é que não me conformo em ser assim, rezingo, refilo, barafusto, quero mudar, melhorar e gostaria que este país andasse para a frente e que os gajos e senhoras decentes que daqui saíram, voltassem para trás!

Uma mensagem de desilusão pela eleição desse tipo, de quem ninguém gosta, mas em quem 2 milhões de cobardes votaram por medo do desconhecido, da alternativa. Se pessoas há que acreditam no PM agora eleito, não lhes guardo rancor pois a ingenuidade é por vezes uma virtude, mas aos que com ele se desiludiram durante os últimos 4 anos e que ainda assim nele votaram, só lhes posso chamar uma coisa: cobardes... Melhor teriam feito se tivessem ficado em casa ou votado em branco!

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Um oásis... Para fechar os olhos e deixar de refilar!


No meio deste tempo todo que se perde nestes dias e noites sem tempo, dá para parar um bocado e ouvir?
"O tempo, esse grande escultor" encheu-me de memórias quando lhe dei espaço e o deixei parar-me... 

sábado, 11 de julho de 2009

"O casamento é como a vida real: um campo de batalha e não propriamente um leito de Rosas"
Robert-Louis Stevenson

Sou fã, tal como Manuel Alegre, de citações... Somente porque me considero inapto para verbalizar o que acho.
Apraz-me hoje falar sobre casamentos!! Estamos a meio desta época... Parece que é pandémico!! São cada vez mais apesar das estatísticas poderem causar algum medo a quem puser isso na cabeça. Ainda assim há para aí uns corajosos que se dedicam a tal feito. Uns porque têm a  certeza, outros porque amam, outros porque acham que amam, alguns porque não sabem, a maioria porque tem que ser (se não for casório é velório)...
Há quem diga que quem quer ver o amor a desvanecer-se da sua vida, basta casar que isso é rápido.
Não concordo e, apesar disso, o "cas" ainda não apareceu no meu BI. 
Acredito na união de duas pessoas desde que se cumpram alguns critérios. Tem que haver DIVERSÃO, CUMPLICIDADE, DEDICAÇÃO e ENTREGA. As VONTADEs têm que ser as mesmas, as frases têm que ter na boca do outro o seu fim, o FUTURO deve ter a mesma cor. O DESEJO corajoso, impetusoso e carnal não pode faltar e, se por momentos fraquejar, deve ser cultivado. A PERSISTÊNCIA e a ANTECIPAÇÃO do problema levam à sua resolução rápida e isso deve existir no espírito de ambos. A TOLERÂNCIA deve ser o resultado do RESPEITO mútuo... 
Bem sei que há mais a caracterizar as relações perfeitas... Se a minha for assim, fico contente... Não acredito que seja o casamento a concretizar isso. O casamento é, quando muito, um contrato assinado por duas pessoas que permanece vitalício quando as condições anteriores se reunem entre os dois sócios!

Por tudo isto acredito que há familias que se criam, felizes e dedicadas, sem qualquer papel assinado e que só isso basta.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Serviço de Urgência

Quem pensa que isto é igual ao que se vê na TV, está bem enganado... Se fosse, o título seria "CS"  CENTRO DE SAÚDE!!!!!
Porra, será que ninguém percebe que 80% das pessoas têm dores nas costas pelo menos uma vez na vida e que não morrem disso, que não dá impotência aos homens e que não engorda as mulheres!!! Para quê vir à Urgência??? "AAhhhh, já sei, o Médico que só dispõe de um Rx e que tem alguns, poucos, doentes realmente urgentes para ver, vai curar-me, se calhar até me dá dinheiro e em calhando até se vai casar com a minha filha!!!"
Depois são os microtraumatismos!! Levam uma pancadita de treta, TINONI, TINONÍ...  Eu, que nao fui uma criança infeliz, que me fartei de cair e espatifar-me, aliás, podendo comprovar isso em diversos sítios do meu corpo, não me lembro de ter vindo uma vez que seja à urgência...

Resumindo:
Estou farto de fazer bancos em que não vejo urgências, só vejo tretas, merdices que qualquer pai ou mãe, avô ou avó, ou mesmo qualquer ser inteligente conseguiria tratar!! 
Isto não é ser médico, é ser administrativo, feiticeiro, padre, psicólogo, taxista, cão de companhia, qualquer coisa, menos médico....

AI O CANECO... E esta agora pergunta-me se pode ir trabalhar amanhã!!!! Porra,se fosse por mim ias trabalhar era agora, preguiçosa do caraças!!!

P.S. - Meu Deus, sei que hei-de pagar pela boca, mas que seja depois das férias porque estou ansioso por umas escadas rolantes e uma sangria ao fim da tarde!

terça-feira, 16 de junho de 2009

Espaço


Folga + 2 dias de férias = 7 dias sem fazer nenhum, ou quase nenhum... Pelo menos não fiz muito pelo meu País, mas fiz por mim e por quem gosto. Andei a caminho de Coimbra e também do IKEA... Comprei o suficiente para por as memórias na parede do meu quarto e dar arrumação ao meu palácio. Consegui com isso ganhar espaço para deixar entrar (e ficar) quem por momentos quis partir. Esta permissividade é coisa rara nesta altura e, perdoem-me a imodéstia, é algo que valorizo em mim acima de tudo! 

Voltei depois para o Centro do meu Portugal e para a paz que quero sempre, embora por vezes não pareça... Aproveitei o sol, o vento, a água salgada e fria, a areia a bater-me na pele, o cheiro do peixe fresco, a sapateira e as ameijoas no prato, o gelado EMANHA a derreter-se nos beiços, a viagem com sono e a sopa antes de uma noite onde andei a passar por cima de rotundas! Adorei e quero lá voltar... 

Segui para Lx, onde se celebrou mais um dia de Santo António, embora a noite de véspera seja aquilo que a memória prende: a berraria, a confusão, o cheiro a sardinha e a bifana, o a mistura das gentes do povo com as da realeza, a noite a bater no meu Tejo e a pena de só para o ano haver mais de tudo isto... Estou como o Miguel Júdice ou outro empresário de Turismo qualquer: se mandasse nisto tudo, os Santos duravam 1 mês e passava os 6 meses anteriores a vender isso pela Europa fora... 
Alguns tentam fazer isso por Tróia, mas não conseguem... Felizmente! A viagem de mota foi suada, pelo menos... Mas valeu pela chegada ao Porto de Setúbal, pelo trânsito no Sado, pelo dia FANTÁSTICO DE PRAIA, com sol, água semi-fria (que adoro), uma imperial ao fim da tarde e uma dourada grelhada regada com sangria branca a terminar a noite... Para rematar, uma ida aos toiros!! Não sou a favor, nem sou contra... Para não ofender alguns amigos poderia dizer que sou adoro, mas não é o caso. Custa-me ver os bichos sofrer e não curto os tios e as dondocas, mas valorizo e percebo as gentes da terra para quem este espectáculo é o que resta das suas tradições coisa que a Liberdade e o mundo novo ainda não conseguiram roubar... Além do vinho e dos jogos de cartas, nestes dias em que a bola deixou de rolar, pouco mais lhes resta para se alhearem da azáfama da lavoura. É que nestes sítios, ao contrário da minha casa e do que se passa minha vida, o tempo passa devagar e o espaço é imenso... 

E eu... Pouco a pouco vou percebendo que o que me falta é tempo. E que o espaço que esta semana encontrei é para ser ganho a pulso por quem quiser lutar por ele e, nos últimos tempos, a luta tem sido dura, por vezes inglória, quase de deitar a toalha ao chão. Ao reconhecer isso estou a dar valor a quem cá está e aguenta... Cegos daqueles que adoram a obra de arte mas não vêm o esforço do traço errado...  Um pormenor XS 

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Liberdade

("grafitti" nas traseiras do Hospital Dr. Ayres de Menezes - autor desconhecido)


Ontem propus-me a escrever sobre este tema... Tentei ser livre, mas a internet, instrumento maior desta liberdade de informação, não me permitiu. Do que escrevi e e me lembro ficam algumas ideias principais:

1- Escrevo no seguinte às eleições europeias (confesso que achei piada ao resultado. Venceu o David pequenino, gordinho e feio, contra o Golias alto, charmoso e sobranceiro). Fica bem e dá esperança.

2- A Liberdade que tanto nos custou a alcançar está perfeitamente morta e putrefacta... À morta Liberdade, chamam hoje os canhotos liberdade individual!!! Que paradoxo.. Sempre ouvi que " a minha liberdade não pode começar onde acaba a do outro porque dessa maneira ninguém é verdadeiramente livre". 
Como São Tomé, ver para crer: Na educação, as nossas crianças com a sua libertinagem e não percebem que liberdade anda de mãos dadas com responsabilidade. Possivelmente não há tempo para lhes ensinar isso na escola, mas os pais, de tão livres individualmente que são, não se responsabilizam por lhes ensinar isso em casa; Na saúde, quando nos desresponsabilizamos por nós, pelo nosso equilíbrio porque somos livres para fazer o que nos passa pela cabeça (fumar, beber, comer e trabalhar desenfreadamente), temos a lata de exigir do governo, do SNS, dos médicos, enfermeiros e demais profissionais uma atenção e um carinho que somos incapazes de ter connosco (já dizia uma voz sábia na família:  "Vivo num mundo com homens que não entendo: Passam metade da vida e perder saúde para ganhar dinheiro e a outra metade a gastar o dinheiro que ganharam para recuperar a saúde que perderam."); No nosso sistema de Justiça que no papel considera todos iguais quando poucos são merecedores dessa igualdade que a Liberdade lhes dá. A autoridade que deveria existir para responsabilizar não é respeitada também porque não se faz respeitar, e não se faz respeitar porque não dá o exemplo, porque não educa, porque não serve de modelo...

3-Em calhando o que nos faz falta é isso mesmo. Um modelo, algo/alguém a quem seguir. Um Obama, um ídolo, uma história real de encantar que nos faça acreditar que vale a pena ser decente, bom, respeitador, honesto e sério. Que ser livre passa por isso.. 

4 - Mas também podemos amorfar e deixar andar... No final das contas, possivelmente, só os ignorantes e os inconsequentes é que se sentirão verdadeiramente livres.  A esses não lhes pesa a cabeça na almofada pelo que fazem e deixam que lhes façam (como dizia a minha mãezinha "as pessoas só pisam onde há chão mole")

Desenganem-se os que pensam que estou a vender isto.. Este é um desabafo contra muitas das minhas atitudes, na esperança de que me leia e mude alguns dos meus comportamentos.
Tenho só que acreditar, porque sou livre para o fazer...

sábado, 30 de maio de 2009

Ser Homem...

    "Eu sou eu e a minha circunstância... Se não a salvo a ela, não me salvo a mim"
    José Ortega y Gasset

O pormenor da circunstância é sem dúvida fundamental... Falhando a circunstância, é preciso ser-se dono de um grande carácter para que a vida não se encarregue de olhar para o passado com desprezo e pena... E se a circunstância favorável não se criar, o homem resoluto encarregar-se-á de que ela apareça! 

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Stress pré cirúrgico

Este é capaz de ser pior do que o stress cirúrgico, aquele que induzimos num organismo depois de uma agressão monstruosa para o tentar tratar (escusado será dizer que acho o corpo humano um Ser extraordinariamente mal agradecido!).. O stress pré cirúrgico existe no cirurgião, especialmente no inexperiente... Por mais que um gajo treine, estude e veja, não desaparece... Pior se a cirurgia é pouco frequente e se tem que ser feita porque o tratamento inicial, que escolhemos e executámos por achar que era o mais adequado (e a escolha é feita depois de pensar nos pormenores que, desta vez, se tornaram MAIORES), falhou! 
Há que ultrapassar isso. Como dizia uma capa recente: "... Fuck it..." a minha parte está feita, estou preparado. Agora, é deixar que os pormenores encaixem... A preparação, a execução, a vontade e o tempo  !

Boston

Confesso o meu desânimo... Ando há 2 semanas a tentar contactar com um Deus em Boston para ver se me ensina mais alguma coisa sobre  cirurgia do ombro mas pelos vistos o tipo deve ter outros sítios para pregar e não me dá cartucho!! Nem ele nem a secretária... É irritante ir a um site que tem um link "contact us" e mandar mails, telefonar e o camandro e do lado de lá: piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii... Pelo menos atendiam só para um gajo poder mandar vir com esta treta toda!! É o mínimo!

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Simplicidade

Ridiculamente, para mim, tudo tem que ter uma explicação:
Foi simples... Pensei durante imenso tempo, li alguns, gostei de poucos... Tinha vontade, mas não tinha tempo. O receio da exposição é comum a todos e o tempo foi sempre, simplesmente, uma desculpa!! Bastou o desafio pequenino (xxs mesmo) para que deitasse mãos à obra!

Sou um gajo que gosta pouco das coisas opacas, dúbias, políticas e diplomatas... Sou, se calhar, um básico, um simples, um pormenor... Por isso escreverei de coisas semelhantes, que depois de descomplicadas, se tornam exactamente isso, pormenores-maiores, tal como o tempo, a vontade e o desafio.