Folga + 2 dias de férias = 7 dias sem fazer nenhum, ou quase nenhum... Pelo menos não fiz muito pelo meu País, mas fiz por mim e por quem gosto. Andei a caminho de Coimbra e também do IKEA... Comprei o suficiente para por as memórias na parede do meu quarto e dar arrumação ao meu palácio. Consegui com isso ganhar espaço para deixar entrar (e ficar) quem por momentos quis partir. Esta permissividade é coisa rara nesta altura e, perdoem-me a imodéstia, é algo que valorizo em mim acima de tudo!
Voltei depois para o Centro do meu Portugal e para a paz que quero sempre, embora por vezes não pareça... Aproveitei o sol, o vento, a água salgada e fria, a areia a bater-me na pele, o cheiro do peixe fresco, a sapateira e as ameijoas no prato, o gelado EMANHA a derreter-se nos beiços, a viagem com sono e a sopa antes de uma noite onde andei a passar por cima de rotundas! Adorei e quero lá voltar...
Segui para Lx, onde se celebrou mais um dia de Santo António, embora a noite de véspera seja aquilo que a memória prende: a berraria, a confusão, o cheiro a sardinha e a bifana, o a mistura das gentes do povo com as da realeza, a noite a bater no meu Tejo e a pena de só para o ano haver mais de tudo isto... Estou como o Miguel Júdice ou outro empresário de Turismo qualquer: se mandasse nisto tudo, os Santos duravam 1 mês e passava os 6 meses anteriores a vender isso pela Europa fora...
Alguns tentam fazer isso por Tróia, mas não conseguem... Felizmente! A viagem de mota foi suada, pelo menos... Mas valeu pela chegada ao Porto de Setúbal, pelo trânsito no Sado, pelo dia FANTÁSTICO DE PRAIA, com sol, água semi-fria (que adoro), uma imperial ao fim da tarde e uma dourada grelhada regada com sangria branca a terminar a noite... Para rematar, uma ida aos toiros!! Não sou a favor, nem sou contra... Para não ofender alguns amigos poderia dizer que sou adoro, mas não é o caso. Custa-me ver os bichos sofrer e não curto os tios e as dondocas, mas valorizo e percebo as gentes da terra para quem este espectáculo é o que resta das suas tradições coisa que a Liberdade e o mundo novo ainda não conseguiram roubar... Além do vinho e dos jogos de cartas, nestes dias em que a bola deixou de rolar, pouco mais lhes resta para se alhearem da azáfama da lavoura. É que nestes sítios, ao contrário da minha casa e do que se passa minha vida, o tempo passa devagar e o espaço é imenso...
E eu... Pouco a pouco vou percebendo que o que me falta é tempo. E que o espaço que esta semana encontrei é para ser ganho a pulso por quem quiser lutar por ele e, nos últimos tempos, a luta tem sido dura, por vezes inglória, quase de deitar a toalha ao chão. Ao reconhecer isso estou a dar valor a quem cá está e aguenta... Cegos daqueles que adoram a obra de arte mas não vêm o esforço do traço errado... Um pormenor XS
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